segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Pelos Ossos de Crom: JOGOS DO CONAN!

"Conan da Cimeria é o maior personagem da literatura de fantasia heróica - ou "espada & feitiçaria" (sword and sorcery). Criado pelo escritor texano Robert E. Howard em 1932, fez sua primeira aparição na revista pulp Weird Tales no conto chamado "The Phoenix on the Sword". Howard escreveu mais dezenove histórias e um romance protagonizados pelo personagem. Mas o personagem bárbaro criado pelo texano foi tão popular e único que outros escritores de renome também criaram histórias de Conan (ou reescreveram contos) a partir de sinopses e fragmentos originais após 1936, ano em que Howard se suicidou "
(fonte: Pai dos burros 2.0 Wikipedia)

Olá, devoradores de Yakult desse meu Brasil varonil que não fala outra coisa senão pernilongos! Fechem aí suas páginas de vídeos educativos e minimizem o Facebook, pois hoje o VELHO NOOB está macho demais, pra cacete, num nivel de macheza jamais visto na história dos retrogames. Hoje falaremos da testosterona em forma de cimério equipado com uma espada montante que ele usa com uma mão! Sim, senhores, hoje falaremos dos games antigos e novos de Conan, o Bárbaro! O sujeito mais macho de todos os tempos, que usa tanguinha de peles sem parecer do Village People. Usa o dorso suado e liso sem fazer qualquer menção ao Clube das Mulheres.
Parece que Crom está em alta. Eu sempre fui muito fã do cimério e do cenário criado pelo Howard, a Hiperbórea. Ou Era Hiboriana, se preferir. Que é tipo a Terra Média criada por Tolkien, só que sem as fadas, duendes e criaturas bonitas como elfos arqueiros e fadas peitudas filhas de vocalistas do Aerosmith.. Na verdade, as aventuras de Conan se passam num universo másculo, grotesco, que mastiga abelha pra comer mel. Um universo onde as criaturas mais vis rastejam entre as vielas escuras de cada vilarejo. Onde feiticeiros malígnos e demônios das profundezas espreitam por viajantes incautos.
Esse rico e macho cenário criado por um texano que acabou cometendo harakiri é milhas e milhas mais visceral que as colinas verdejantes e montanhas fumegantes do Tolkien. Sem querer iniciar uma briga aqui, mas é meu personagem preferido e você já deve ter percebido que esse site aqui não é nada imparcial. Ele tem opinião sim, e é uma opinião bem controversa às vezes.
Para mais informações sobre o personagem de tanguinha de peles e visual homoerótico robusto, eu aconselho que leiam os livros e os contos de Robert E. Roward. Se preferem a ignorância auto-submetida, basta pegarem a versão mastigada aqui , pois o Wikipedia é nosso amigo.
Conan, além dos livros teve uma looooooonga carreira nos quadrinhos (que dura ate hoje), além de duas adaptações para o cinema estrelado pelo Arnaldão Califórnia (Arnold Scharzzeneguuuers%$8.>y) e, mais recentemente, um reboot na série, que ficou muito bom (pelo menos o novo ator não tem a cara de retardado mental que o ex-governador da Califórnia tem). A única observação que faço é sobre o uso excessivo de sangue. Cada ser humano naquele filme tinha de 8 a 10 litros de sangue correndo nas veias.


MAS E OS GAMES, LACERDA???

Agora que você já sabe quem é o Conan e porque eu gosto tanto dele, saiba que ao contrário de muitos outros "heróis" dos quadrinhos Marvel, nosso herói de sunguinha gay não teve tantos jogos assim lançados. Na verdade, foram ridiculamente poucos em comparação ao sucesso do personagem. Existe um verdadeiro culto em torno da obra de Robert E. Howard, na mesma proporção em que existe um culto ao redor dos livros de H.P.Lovecraft. 
Foram exatamente 6 jogos. E tudo começou na era mezozóica, então não espere grandes obras de arte cheias de polígonos. Na verdade, se você espera polígonos, cai fora daqui e vá pra algum site de Nintendo Wii, seu viadinho homossexual que merece respeito como todo ser humano.

Conan Hall of Volta (1984 - Apple II)


Tá, esse jogo não tinha nem capacidade de passar toda a experiência do cenário por uma questão de gráficos ou limitações técnicas. Na verdade, vendo esse vídeo podemos perceber claramente a influência direta de vários games de atari ai, como o clássico Pitfall, só que com um visu mais moderninho. Um jogo do Conan? Substitua o título por qualquer outro e o jogador nem percebe a diferença. Mas pelo menos valeu o esforço da produtora. O joguete foi lançado para Apple II, Atari 800 e Commodore 64.

CONAN: The Mistery Of Times (1989 - NES)



E é CLARO e EVIDENTE que existe um jogo do cimério másculo pra xuxu feito para os pirralhos piolhentos da minha geração se esbaldarem em seus Nintendinhos (ou em algum genérico lançado no Brasil, um dos milhares de modelos by china que eram encontrados em qualquer camelô que se preze). Nesse game, naturalmente temos gráficos melhores. Obviamente, com toda aquela dureza dos jogos de plataforma 8 bits, que dificilmente combinavam com perfeição coisas simples como pular e atacar ao mesmo tempo. De qualquer forma, essa era uma experiência gratificante, era Conan na telinha do videogame, por mais que a paleta de cores faça ele ter essa bizarra coloração magenta e faça-o parecer um travesti ruivo vestido de oncinha. Sim, ele parece bem mais gay que de costume. Eu disse que Conan parece gay? Não quis dizer isso, por favor, Conan, não arranque minhas bolas com um alicate de unhas. 
Uma característica interessante desse game é que, ao contrário de... hammm... QUASE TODOS os games daquela década, ele possui uma bela animação de personagem para caminhar, saltar, atacar. Conan parece uma bailari... COF COF. Parece um sujeito macho andando majestosamente. Masculamente. Cimeriamente. Nada gay.

Conan The Cimmerian (1991 DOS/AMIGA)


Então eis que lançam em 91, um jogo do bárbaro de sunguinha de peles onde FINALMENTE conseguem emular o espírito das histórias escritas pelo Robert E. Howard, ou pelo menos, o mais próximo que conseguiram disso. Esse belíssimo Point & Click com grande puxada pros RPG's da época (D&D e genéricos de D&D). Se capturou perfeitamente  espírito da coisa? Não, faltava muito. Mas com certeza foi melhor que um jogo de plataforma chupado de 3.000 games iguais do Atari , ou um jogo de plataforma onde nosso musculoso mais hétero da idade média trajava uma roupa de oncinha e tingiu o cabelo de ruivo.
Mas vale o crédito. Esse jogo pelo menos entendeu que o Conan não é gay.
Menos nas parte dos duelos, onde temos o jogo mudado para um sistema de luta estilo Mortal Kombat. aí ele volta a ser gay ligeiramente não-másculo.

CONAN  (2007 PS3 / X-BOX 360)


Antes desse game, existiu um game de 2004 chamado Conan: The Dark Axe, que estou jogando atualmente, mas antes de falar dele quero falar DESSE aqui, lançado na esteira do God of War, que deu um novo fôlego ao personagem nos games, já que o mundo voltava a prestar atenção na Ciméria outra vez com as notícias de um novo filme (filme esse que saiu ano passado, sem o Arnaldão dessa vez, atribuindo um pouco mais de cérebro e masculinidade ao personagem na telona).
Esse game, apesar do visual decente e muito aproveitável, sombrio como pede a Era hiboriana, não é nada mais que uma cópia cuspida e escarrada de God of War, até mesmo naquelas paradas chatinhas de ficar amassando os botões como se não houvesse amanhã. Mas pelo menos é um jogo do Conan. E ele não está ruivo aqui. Nem vestido de oncinha. Talvez o primeiro jogo do bárbaro sem nenhum conteúdo homoerótico.


Age of Conan: Hyborian Adventures (2008 - PC)



  
O último jogo lançado sobre nosso herói fortão que não aceita companhia mariquinhas foi esse MMORPG que coloca o jogador dentro do universo do Bárbaro, com a possibilidade de se criar um personagem e viver suas próprias odisséias no cenário. O que isso significa? que é a mesma coisa que muitos outros games Open World, mas dessa vez você pode reconhecer mais ou menos com fidelidade os cenários, lugares e personagens dos contos, livros e quadrinhos. Esse game fez um barulho bacana no lançamento, mas nem o filme de 2011 conseguiu trazer ele de volta ao hall dos universos online mais povoados.
Bem feito, pois esse jogo é uma aberração.
Sem mais.

Agora, voltando ao assunto central, gostaria de falar do game que me trouxe até esse post. Um game que, segundo a crítica especializada e o conselho de alguns amigos, é uma bosta completa e mal programada. Mas que eu, talvez por otimismo ou talvez por vontade, tenha me afeiçoado. Daquela forma que se afeiçoa a um cachorro feio, só porque ele lhe faz uma companhia boa:

Conan: Dark Axe (2004 - PS2)


Como devo ter dito em algum momento, esse é o game que estou jogando atualmente. Um game do gênero Hack & Slash, mais conhecido como "não use o cérebro, use a espada". Isso diz muito do que Conan é. Na minha opinião, esse jogo foi o que  melhor capturou todo o universo do bárbaro cimério. Nesse game, nós passamos por longos períodos de isolamento e solidão, exatamente como nos quadrinhos, viajando sozinho,  às vezes contra magos, as vezes contra os nativos selvagens. E por falar nisso, o jogo mostra-nos numa história não muito original, mas bastante interessante, todos os aspectos da Era hiboriana, e pra mim, como fã e conhecedor dos cenários, é legal à beça passar por regiões familiares! 
Tipo, atravessar a Terra dos Pictos, com todas as suas armadilhas e aquela deusa-mãe gorda e verde. Além disso, encontrar os tipos famosos, os feiticeiros covardes (que jamais enfrentam você diretamente! RAIVA!). O jogo te dá a sensação interessantemente igual aos livros e quadrinhos de atravessar os desertos da Stygia e seu povo, que detesta forasteiros... além da possibilidade de você ser o Conan, isso é: Socar camelos e carregar donzelas nos ombros. Arrumar briga na taverna e chutar a bunda de espertalhões. Usar o aço contra tudo o que se move, seja do mundo físico ou não. Conan é tão Conan que ele enfia a espada no peito de um fantasma pra finalizar o golpe. Sério. Bem no peito. De um fantasma.

O jogo é perfeito, tio Lacerda?

NÃO. Nem de longe. Mas é divertido, se você tiver boa vontade e for um fã do cimério. Na prática mesmo, por mais que a ambientação seja exemplar e tenha agradado um fã hardcore como eu, eu diria que como JOGO DE VIDEOGAME ele peca em pontos que não rola muito de pecar. Tipo na câmera. Um jogo de terceira pessoa, que envolve ação - bater e pular o tempo todo - preciso vitalmente ter uma câmera decente e fácil de controlar (ou que seja ao menos controlável). Não que a câmera desse jogo seja uma serpente epilética na areia escaldante do deserto, mas é quase isso. Chega ao ponto de você querer cometer suicídio, mas por fim você acostuma. Depois de vinte minutos de gameplay aquela câmera horrorosa não era mais necessariamente um problema. Mas lembre-se que sou fã hardcore do cimério, então meu critério foi suspenso pela vontade de jogar.
Além da câmera epiléptica, um outro GRAVÍSSIMO problema do jogo é ausência quase total de esquiva. O personagem não possui um movimento de esquiva (que faz falta num jogo de pancadaria, né?), e mover o personagem para os lados durante uma batalha é como mover um container carregado de nerds gordos.
Porém, o comando de "bater like a cimeriam" funciona bem. Você aperta e ele sai batendo. Muito. Em tudo. dando combos. isso é legal. Muito. é isso que um bárbaro faz mesmo. É o que nós esperamos de um jogo do Conan. Mas o comando de BLOCK não funciona como deveria. Nem um pouco. O que é bastante frustrante.
Outro detalhe que vale falar é a animação e modelagem. O jogo possui cutscenes quase que toda hora, o que é legalzinho. Os gráficos não são maravilhosamente lindos, mas são eficazes. O Conan se move muito bem, com uma animação de musculatura muito bem realizada. Aliás, diria até que ele se move graciosamente demais. A impressão que tenho em alguns momentos é de estar assistindo a um filme do Van Damme. Ou balé russo.
Quer dizer, nada gay. Só ... delicadamente másculo.
O que dizer? O jogo não é difícil. Uma dificuldade não-proposital é adicionada pela vogabilidade e mecânicia falha do game. Isso pode afastar de cara uma boa parte dos jogadores, o que é realmente uma pena, pois o game merece um ponto de confiança. 
Merece ser jogado, sem dúvida.

Que crom abençoe a todos nessa semana que está começando! forte abraço.

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