segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sonic Wings/Aero Fighters: o famoso “jogo do aviãozinho”

Para início de conversa, antes de prosseguirmos com nosso post foderoso de hoje, o senhor Felipe Lacerda aqui, proprietário deste fliperama bloguístico e cibernético das lides programáticas da grande rede, reitera a nossa posição política e nossa linha torta editorial: Nós, escrivães e ministros do Velho Noob somos completamente CONTRA A PAZ, A FAVOR DA GUERRA E DA PROLIFERAÇÃO DE ARMAS ATÔMICAS! Aliás, de bombas nós apoiamos até traque de São João. Nós adoramos fazer guerra, brincar de polícia-e-ladrão e jogar Command & Conquer online, porque A PAZ É PARA OS FRACOS!

Pois bem, agora que você já sabe com quem está mexendo, vamos lá com o jogo esculhambado homenageado de hoje: Trata-se do clássico jogo do aviãozinho em que você escolhia os pilotos pelos países, o nosso querido e divertido Aero Fighters (chamado de Sonic Wings lá na terra do Fatal Frame), lançado em algum canto recôndito do ano de 1992. Lembra dele, caro leitor viciado em Space Invaders? Que tinha um mapa-múndi na tela, e você ia atravessando os países, e tinham quatro bandeiras pra você escolher os pilotos, que as fases iam se repetindo de maneira aleatória até seu cérebro simplesmente desistir e escorrer pelas narinas? Lembrou, né? afinal, metade da sua infância e início de puberdade foram passados ali, tentando achar alguém para manobrar o player 2 e fazer esse joguete ficar mais fácil! 

Inspirado livremente (que é uma forma gentil e educada de dizer que
os japinhas copiaram na cara dura) games pre-históricos como 

Galaga e River Raid (dois crássicos da era do videogame a lenha) Sonic Wings/Aero Fighters tem todo aquele pique alucinado de shoot’em up dos 8 bits: Rápido, com uma variedade incrível de naves inimigos, tiros chovendo de tudo que é canto da tela, bombas especiais apelonas e chefões que ocupam toda a tela, sem dó. Apelão mesmo! 
Num primor de storyline aleatório que mais caberia numa dramatização do Ratinho, sabemos pela "cutscenes" da tela de demo que está havendo uma guerra no mundo (uma guerra nunca é mundial, por mais que o nome diga isso. Guerras não acontecem no mundo todo simultaneamente, pombas!). Mas essa, pareeeeece que é. Aviões cortam os céus de todos os países, porta-aviões e tanques ultramodernos bombardeiam tudo o que veem pela frente. E voce, com a porra de um jatinho, precisa botar ordem na bagaça toda. Porque você é foda! Se Indiana Jones com um chicote e um chapéu venceu os nazistas, você também irá conseguir. 
Aí é que tá. Eis que surgem nossos destemidos pilotos, com seus potentes teco-tecos para meter bala nos caças, jatinhos, helicópteros e tanques dos exércitos inimigos.

MAS QUEM RAIOS SÃO ESSES INIMIGOS, CAZZO?! 

Boa pergunta, caro leitor de dedos calejados: Eu não sei. Na verdade, nenhuma das minhas fontes retrofofoqueiras soube me informar isso. Meus mais entendidos contatos apenas conjecturam que o exército inimigo de Sonic Wings tanto pode ser formado por russos quanto por árabes, venezeluanos, corintianos, marcianos, líbios, católicos carismáticos, visigodos e punheteiros recoltados com a morte de Sylvia Kristel. Poderiam ser até mesmo um exército de funkeiros, se eles soubessem usar uma interface com mais de 3 mostradores simultâneos.
Pois bem, ninguém soube me informar quem diabos está do outro lado da mira, mas quem realmente se importava com isso no Super Nintendo? Lá vai você escolher entre quatro países, cada um com doze pilotos, pra botar ordem nesse galinheiro! Um elenco exótico, variado, inusitado, com o carisma da Mari Alexandre comendo abacate! Mas que pelo menos fazem você se divertir um bocado, já que no final das contas isso só muda a cor do aviãozinho e os ataques especiais. A aparência dele, já que o efeito é aquela limpa na tela que você se lembra bem, causadora de altos ataques epilépticos em vários da minha geração. 
Escolha um dessas figuras, o que melhor for com a cara (com um detalhe importante: No modo 2 jogadores: você NUNCA, repito, NUNCA, NUNQUINHA, NEVER, JAMAIS, poderá combinar dois pilotos de nacionalidades diferentes. Em 2 jogadores, você só poderá optar pela dupla do Japão, pela dupla dos EUA, etc. SANTA XENOFOBIA, BÁTIMA!). 

Daí, escolhendo qualquer um deles você sobrevoará cenários verticais cheios de tiros, mísseis, bombas e aviões inimigos pra te sacanear, em várias partes do mundo. Com uma ótima inovação da Video System, a produtora do jogo: Cada país e cada personagem tem o seu caminho próprio de fases! Sim, as poucas fases do jogo se combinam aleatoriamente segundo o personagem escolhido, de fixa mesmo só tem a última! Mais malandragem impossível! O mesmo game te dava a sensação de ser vários games! Olha que bacanudo, hein? isso era uma revolução narrativa, na época! 
Pois bem, nesse imbróglio estapafúrdio de proporções 16 bitísticas, prepare-se para atravessar em ordem salteada os mesmos cenários de sempre: O Mar Mediterrâneo cheio de porta-aviões, o deserto no Oriente Médio tomado pelos tanques e baterias antiaéreas, os lagos da Escandinávia cheios de casamatas inimigas, os castelos e cidades medievais da França transformados em zona de guerra, os arranha-céus de Tóquio antes do Godzilla botar pra quebrar e até a Rússia e suas catedrais de cúpulas assassinas (não foi uma piada comunista não, a cúpula dos castelos Czares realmente mandam bombas em você). Depois dessa viagem lisérgica pela Europa e pela Ásia, vá para o espaço sideral (oi?) e enfrente os dois últimos chefões (que variam segundo seu personagem e seu score): 


OS CHEFÕES SÃO Uma caveira galática ou um macaco alien. 


Sim, você leu certinho, é realmente um macaco alien. Pensou que esse seria um game pé-no-chão e plausível, com o roteiro assinado por Tio Kojima, mesmo com esse pique de 8 bits? Você achou que essa seria uma empreitada gloriosa pela paz mundial, até os confins da guerra e o último suspiro do último soldado? 
Esquece. Esses eram os maravilhoso anos 90. 
Então desliga o cérebro e chumbo neles! 

Para enfrentar o exército de inimigos que vai te fuzilar (afinal, guerra é guerra e você é só um cuzão voando rápido numa andorinha mecânica), você poderá soltar tiros com sua avioneta (duh!) e bombas FODEROSAS que podem ser coletadas em power-ups que ficam IRRITANTEMENTE ziguezagueando pela tela. Cada personagem tem direito a vários desses poderes por vida. (geralmente, são de duas a cinco bombas), que apelam que é uma beleza: Keaton lança uma bomba que explode a tela toda, Hien solta uma estrovenga duma rajada laser que desvirgina a sua irmã que estava de boa passando pela sala, Mao-Mao congela a tela e os inimigos. E por ai vai, uma combinação quase infinita de tiros coloridos e multiformes ricocheteando pela telinha enquanto você tenta achar a sua aeronave no meio de tanto pipoco. 

Além das bombas limitadas, há os tiros normais, que são melhorados pelos itens marcados com um P que esvoaçam pela tela (basta seu avião explodir e você ganha um deles), até quatro níveis de poder. Na fase da Rússia, então, destruir igrejas rende um enxame de "P's" e de bombas extras! (isso também não foi uma piada comunista, juro!) Porém, até esses benditos são limitados, ou seja, se você ficar esbanjando disparos como se não houvesse amanhã, meu caro, logo seus tiros já eram! E prepare-se pra chefões finos na arte da apelação: tem aviões gigantescos, naves espaciais (?), fortalezas voadores (???) e tanques de guerra saídos de seriados japoneses! Sem mencionar o macacão que já falei. E tome tiros, rajadas, mísseis, granadas e palavrões. 

Daí, depois de aguentar a zoação dos maloqueiros, de ser bombardeado por bolinhas de papel balas e de ter uns três sugadores querendo roubar o controla da sua mão, você irá para o espaço enfrentar um monte de naves alienígenas (e tome tiros! Aqui é uma tempestade de disparos!) e atravessar estruturas extraterrestres, até dar de cara com o temido ônibus espacial preto, que contém o último chefão. E, depois que lá vão uns cinco continues (e sua paciência!), aparece ou um macacão alienígena, fruto do cruzamento entre Donkey Kong e Alf, o Eteimoso OU uma caveirinha apelona com a coluna vertebral à mostra, é o layout todo fodido depois de levar um fatality do Sub-Zero! E tome tiros! 
Depois disso, ainda têm os finais HORRORÍVEIS do game, mas essa nós deixamos para o finalzinho da matéria. 

Sonic Wings/Aero Fighters é um jogo legal, embora seja tão original quanto personagem novo da Praça É Nossa: Na verdade, trata-se duma evolução de jogos jurássicos como os já citados Galaga e River Raid, além de clássicos como 1945 e Raiden Densetsu, do qual Aero Fighters chupinha por completo a fase do espaço. Não tem absolutamente nada de novo ou de inovador, apenas o velho esquema da navinha voando em scroll vertical, soltando tiros e usando bombas. Mas exatamente por essa simplicidade é que o jogo é tão legal! De certa maneira, o remake do PS1 e do Saturn, Sonic Wings Special, soube manter essa aura de nostalgia, mesmo com algumas frescuras a mais! 
Divirta-se com os pilotos de cada nacionalidade e não se preocupe com storylines complexos, customizações que ninguém entende, estratégias, lista de troféus e outros penduricalhos: Sonic Wings é um típico jogo de SNES, para ser jogado sem pretensões com todos os amigos reunidos ao redor da TV e aquele cheiro de fandangos rolando solto na sala. 

BÔNUS TRACK 

- Sonic Wings conta com dois pilotos secretos: os coelhinhos (cúti-cúti) Rabio e Lepus! Para habilitá-los, você precisa do truque especial que eu não vou contar porque eu já mastiguei tudo pra você até aqui. Entao bora dar uma googlada nisso. Só achei esse SECRET muito retardado, pra ser honesto! Personagem secreto de responsa é Reptile e Akuma, caramba! Na versão americana para SNES (que é rara e é tarefa de Indiana Jones encontrar), os dois estão disponíveis sem truque. Mas essa versão você jamais encontrará, pobre leitor! talvez em ROMS hacks. 

- Aero Fighters foi adaptado num jogo muito bom e competente para Super NES, que nós conhecemos via cartuchos importabandeados e por uma versão americana raríssima. Fora isso, só tivemos o remake para os 32 bits (Sonic Wings Special), que é legalzinho, e o Sonic Wings Assault para N64, que é um epic fail de dar dó. 

- Tivemos também duas boas sequências, lançadas para arcades e Neo Geo CD, Aero Fighters 2 e 3. E do que tratam eles? Tiros, bombas, chefões invocados, pilotos bizarros e tudo o mais! Esperava o quê, caro leitor, story mode com toques de RPG? 

- Os itens de pontos extras (que surgem depois de explodir edifícios ou tanques e são os únicos que não ficam voando pela tela) fazem referências aos símbolos do cascalho de cada país: com os americanos são cifrões (dólares), os japoneses têm um Y estilizado (ienes), os ingleses têm um L (libras esterlinas) e os noruegueses contam com a sigla Kr (coroas). Bela sacada dos produtores pouco criativos, e que ninguém nos fliperamas notava. E, quem notasse era zoado de nerdão CDF. 

- Os finais desse game são simplesmente CAGADOS. Zere, por exemplo, com os japoneses: todo o game não se passava dum filme no cinema! Com os norugueses, nós encontramos o viking e o robô jogando um arcade, um game dentro do game! CUMÉQUIÉ??? É, sentimos o cheiro putrefato de Altered Beast no ar. E esse game é generoso nos finais: São nada menos que DOZE, um para cada dupla e um para cada jogador isolado. Com os secretos, somamos QUINZE finais! Tá pensando o quê, nóis num é Chrono Trigger mas também se garante, maluco! 

E VIVA A GUERRA, COM MUITOS AVIÕES DO SONIC WINGS!


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Já jogou essa pérola dos aviõezinhos?
Tem alguma história bacana pra contar??