terça-feira, 15 de maio de 2012

Knights of the Round - SNES !

No verão de 1994 (ou 1995, não lembro bem) eu não estava aqui, nesse recanto obscuro do mapa das Minas chamado Divinopolis, sim na capital atribulada desse rural estado, visitando parentes, e então saí de noite para ir no fliperama (na época em que isso ainda existia). Lá conheci Knights of the Round, um game que já não era novo (foi lançado pela Capcom em 1991), mas que era tudo o que um fã de longa data de Golden Axe poderia querer. Jogabilidade rápida, gráficos caprichados, trilha sonora inspirada e porradaria medievel comendo solta. Até hoje, o game é um dos meus arcades favoritos! E posteriormente, veio parar no SNES, foi quando a porra ficou séria. Aquele jogaço, que eu gastava quilos de fichas jogando toda vez que ia à BH (já que o Arcade do game não existia na minha cidade) agora estava disponível nas minhas madrugadas gamísticas escondidas da mãe!

Em termos de estilo, Knights of the Round é uma espécie de Golden Axe com clima menos sombrio, seguindo a mesma linha de beat’em up medieval inaugurada pelo velho clássico da Sega. Os gráficos são muito bons, com cenários cheios de detalhes, e as músicas são muito legais, criando a ambientação ideal para o jogador entrar no clima de violência medieval do jogo. Naquela época eu jogava muito D&D (tinha realmente muito tempo livre e muitos amigos na mesma situação vagabundesca) e ver aquele game era o mais próximo que eu conseguia chegar das aventuras de capa e espada que eu poderia chegar. E olha que o Super Nintendo tinha um game chamado Dungeon and Dragons, mas que nem de longe era tão bacana.
Mas, qual é a do game? Rei Arthur, e naquela época o Rei Arthur ainda não estava saturado como está hoje. Com essa avalanche medieval que povoou o mundo a partir dos 32 bits, game medieval nasce em árvore. 
Mas naquela época, os dragões estavam ainda todos em nossa imaginação.
A história começa com Arthur tirando a mítica espada Excalibur da pedra. Você conhece a cena. Após realizar esse feito, o jovem é instruído pelo mago Merlin a unificar a Grã-Bretanha sob o trono de um único rei. E se ele soubesse que o trono real ia culminar no príncipe apresentando a Previsão do Tempo ele teria mandado Merlin se foder e montado um puteiro na alemanha.. 
Para fazê-lo, Arthur terá que enfrentar as horas do tirano rei Garibaldi e tirar o infeliz do poder. Nessa missão, ele contará com dois futuros cavaleiros da Távola Redonda: o ágil Lancelot e o fortão Percival.

O game é relativamente curto, como era comum nos jogos do estilo, e conta com apenas sete fases. A jogabilidade é simples ao extremo, com o herói escolhido pelo jogador contando tão somente com um ataque simples de espada, pulo e com um ataque “especial” (aquele famigerado e costumeiro golpe que tira energia do herói, e que só deve ser utilizado na hora do desespero). Era realmente simples demais, no melhor estilo Street of Rage de ser. Ou seja, nada de magias de nenhum tipo, tudo aqui é resolvido na porrada mesmo. Tudo bem que no citado Streets of Rage da Sega, você podia invocar umas viaturas como ataque especial, mas aqui você nem isso tem. Destruir dragões no grito? Aqui não é Skyrim, é jogo de homem, manolo!
Mas quer saber uma coisa que não falha e com toda a certeza você vai encontrar nesse game? Barris e coisas pra quebrar! E dentro deles, adivinha? ITEMS!

O interessante é que, além da ambientação medieval típica de RPGs, a Capcom (essa danadinha devassa capitalista) introduziu no jogo um sistema de progressão de níveis por experiência, típico de RPGs. A mecânica dessa evolução de níveis dos personagens é bastante simples, mas ajuda a dar ao game aquele ar de “RPG de ação”. E esse jogo não foi a única tentativa da Capcom de mesclar beat’em up com RPG medieval, pois ainda em 1991 a empresa faria algo semelhante com o game The King of Dragons, embora o meu predileto desses dois, sem dúvida, seja Knights of the Round. Esse jogo reamente é o que o game do Dungeon & Dragons pro Snes gostaria de ser quando crescer.
Em 1994, quando Knights of the Round já estava longe de ser uma novidade, o game ganhou uma adaptação para o Super Nes, a única versão do jogo para plataformas domésticas (não considerando futuras compilações). Foi essa a que mais joguei, como já disse. O Knights of the Round do Super Nes é muito bom e, grosso modo, não deixava muito a desejar em relação ao original. Mas hoje em dia, nessa era de emuladores, é evidente que a versão mais recomendável para quem quiser conhecer o jogo é a original do arcade, que é bem mais rica em detalhes gráficos (principalmente no que se refere aos cenários de fundo, bem mais detalhados do que no Super Nes).

A maior vantagem do game do arcade sobre a versão do Super Nes, no entanto, se dá nos efeitos sonoros, como vozes e ruído de golpes, que ficaram sensivelmente prejudicados na adaptação para o console de 16-bits da Nintendo. Sem contar no irritante corte de violência que a Big N fazia nos games e continua fazendo até hoje no seu Nintendo Wii. Então, é claro, no game original do arcade jorravam generosas doses de sangue dos inimigos em meio às lutas, elemento de violência que tomou chá de sumiço na versão do Super Nes.

Em 2006, Knights of the Round (o original do arcade) foi lançado como parte da coletânea Capcom Classics Collection: Reloaded do PSP. No mesmo ano, o jogo também apareceu na coletânea Capcom Classics Collection Vol. 2, lançada para o Playstation 2.
Para quem gosta de Golden Axe (e existe alguém que não gosta?!?), Knights of the Round é um hack and slash extremamente satisfativo e viciante. Apesar de sua curta duração, é o tipo do jogo que incita retrogamers como eu a revisitá-lo, de novo e de novo, depois de um certo tempo. Recomendo, sem restrições, principalmente se você sempre sentiu falta de um jogo descente de algo como Conan, o Bárbaro.
E a vida continua, amigos.

Aliás, como nota pessoal, eu diria que os jogos do Lord Of The Ring para PS2 chegaram bem pertinho do espírito dessa época. Pelo menos eu gostei. Abraços!


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