segunda-feira, 2 de abril de 2012

SURVIVAL HORROR - CAGANDO DE MEDO.


Atendendo ao pedido da freguesia, esse pobre blogueiro que vos escreve quase que diariamente (eu não existo de verdade, só trabalho escrevo estudo namoro e durmo, quando dá tempo), eu, esse amigo da vizinhança (o que é mentira: moro há dois meses no novo apartamento e só conheço o vizinho de baixo porque ele reclamou do barulho no último fim de semana, quando fiz uma nerd party pra jogar Diablo II à base de cerveja, mas isso é outra história) eu, como comissário daqueles games que você nem lembrava mais que existiam, escrevo e dedico essa matéria aos amantes do Survive Horror, especialmente para quem ficava com o cu na mão quando levava surras homéricas da IA, fugia sem parar dos desafios, sem armas, sem munição, sem dignidade, sem life, com o doidão do Nemesis nas canelas e com um baita dum trabuco lança-mísseis no lombo! E com a caganeira beliscando a entrada do subway! Essa era nossa simpática vida nos tempos áureos das jogatinas madrugadas adentro com os amigos, ou pior, se borrando todo sozinho.
É preciso entender primeiro que cada geração de videogames tem o seu gênero de jogos mais explorado e mais famoso (leia-se: campeão de plágios e de cópias descaradas dos programadores chineses), que logo satura o nicho, enche o saco, torra a paciência e faz a alegria do camelô. Nos 8 bits, tivemos os onipresentes games de aventura em plataformas, encabeçados pelo Super Mario e Alex Kidd. Já na era dos 16 bits, foram os
RPGs fedorentos estilo Final Fantasy (sei que vão odiar meu comentário, mas eu não gosto mesmo, foda-se) e os beat’em ups todos chupadinhos dos Final Fighters que nos enfiaram goela abaixo. No final dos 90 os arcades pipocavam em cada buteco, restaurante, shopping ou puteiro da cidade, foi a explosão dos jogos de luta como X-Men vs Street Fighter, Marvel vs Capcom, KOF, Tekken e Mortal kombat versus Lazzie Town!
Com a chegada dos 32 bits a galera da rua pirava na modelagem 3D e nas zilhões de possibilidades que vinham com os games novos daquele console que custava tipo um zilhão de reais.
Então, era na locadora que a gente jogava, ou na casa do amigo mais riquinho. Com o playstatiom, vieram uma leva grande de jogos fabulosos e que hoje são ícones, muitos com a série sendo continuada (as vezes miseravelmente) até hoje. Sim, os terrores de sobrevivência, ou Survive Horror, uma das pragas mais disseminadas no mundo dos games, aqueles jogos em que você ficava com medinho e só jogava de dia, sempre controlando um mercenário, um pistoleiro, um soldado ou um detetive perdido numa cidade/mansão/ilha deserta/trem assombrado/tomado por zumbis/amaldiçoado/dominado por mutantes, prestes a morrer nas várias armadilhas espalhadas pelos cantos do cenário e fazendo os quebra-cabeças mais furados! Com falta de munição, sem itens de energia, morrendo com qualquer porrada…enfim, aquele dramalhão lacrimoso da sombria era a.K. (antes do Kratos!). Uma era que vi nascer e quase morrer. Mas que até hoje ainda é meu estilo preferido de game.
E o gênero foi tão bem aceito que se espalhou pelos videogames da geração seguinte, atacou até as plataformas falidas (do verbo Dreamcast) e chegou até a nossa querida era PS3! Por isso, o VELHO NOOB vai relembrar alguns crássicos do survival horror dos 32 bits e um que transcendeu a geração. Mas não todos também, porque nós temos amor à vida e uma autoestima relativamente baixa. Além do quê, estão reclamando do tamaaaaanho das minhas matérias (já disse pra vocês, não tá gostando de ler volta pro ORKUT)
O primeirão: Alone in the Dark (PC, Saturn, 3DO e PS1)
Quem que fez a pérola? A francesa safadona Infogrames, famosa por jogos de computador que exijem mais raciocínio (hahaha) e trazem uma história mais elaborada, voltada a um público adulto (HAHAHAHAHAHAHAHA!) Qualé?, o jogo até que é bacaninha. Nos interiores nevoentos da Inglaterra, onde nenhum Mr. Bean jamais esteve, você precisará investigar um assassinato misterioso na mansão Decerto, onde decerto você será estripado por zumbis, onde decerto uma gárgula rasgará sua garganta e onde decerto você cairá no corredor dos assoalhos podres e decerto pensará mil vezes antes de reinstalar essa bagaça e travar a memória do seu 486 com kit multimídia e Windows 3.11! Porque essa porra VAI TRAVAR. Controle o detetive do sobrenatural Edward Carnby ou a gracinha quadrada e poligonal Emily Hartwood, sobrinha do defunto Jeremy Hartwood, e se prepare para vários puzzles, enigmas e zumbis palmeirenses com cara de espantalho. Os gráficos não ajudavam muito na época, mas eu e vc ( se tiver mais de 20 anos) ficávamos impressionados com aquele cenário tridimensional.
Então, vendo por essa ótica, não é que o primeiro Forever Alone in the Dark é de longe um dos melhores da lista? Eu ainda declaro abertamente meu amor ao Resident 2, mas esse game aqui foi uma inovação para aquela época de encanadores saltitantes. Alone in the Dark é jogo pra cabra-macho sem cheat code, pois você poderia morrer em qualquer tela, fazendo a mínima cagadinha. Duvida? Então caminhe calmamente no primeiro corredor de aposentos da mansão e veja o que o assoalho podre pode fazer com você! Ou se esqueça de fechar o alçapão do sótão e receba a visita duma simpática gárgula com cor de chiclete ploc com figurinha do Rei Leão. Armas praticamente inexistem por aqui, pelo menos até a metade do game: Você vai ter que se virar com um bicudo meio torto que não resolve porra nenhuma, mas que pelo menos era de "munição" infinita. Mas eu admito: apesar de apanhar mais que a família Restart e show do Black Sabbat, os puzzles de Alone in the Dark estão entre os melhores já criados para um survival horror, sem frescuras de empurrar caixas e pisar em botões.
Alone in the Dark até que foi bem honrado em suas sequências: Temos ainda na era dos 32 bits o Alone in the Dark 2 e 3, que exploram o futuro da mitologia da série. Na geração seguinte tivemos o excelente Alone in the Dark: The New Nightmare, que também é de responsa. O Alone in The Dark do PS2 é um lixão tão fedorento que não vou nem gastar meu dedo digitando á respeito Já no PS3 veio o Alone in the Dark Inferno, jogo que realmente faz jus ao nome e que não tem patavinas a ver com o resto da série.
Teve filme? Infelizmente sim! Lançado em 2005, “Alone in the Dark: O Despertar do Mal” prova que deveríamos tê-lo deixado dormindo, com uma boa dose de sedativo na veia. Dirigido pelo excelentíssimo Uwe Boll e estrelado pelo galã estilo SBT Christian Slater (QUEM??) como Edward Carnby, é só um terror mixuruca sem tripas de borracha e mulé pelada fugindo de monstrengo melequento. Se fosse dirigido pelo Zé do Caixão, ganharia até um Panda de Ouro!


O famosão: Resident Evil (PC, PS1, Saturn, N64, PS2, PS3, GameBoy Advance, Nintendo DS, GameCube, XBox 360, Dreamcast, iPhone, iPad , Microondas, Secadora e celular shing ling de 150 contos.)
Quem que fez a bagaça? A Dona Capcom, quem mais seria? (cara, eu realmente tenho birra dessa softhouse), famosa por criar bons games como Devil May Cry, Star Gladiators, Breathe of Fire e Cadillacs & Dinosaurs, pra depois fazer mimimi e fingir que eles nunca existiram, transformando o Dante de caçador fanfarrão de cramulhões num moleque cabaço que apanhava nos bullyings da vida. Tá merecendo um chocão do Captain Commando no meio das ideias, hein, dona?
Qualé? Zumbis, zumbis e mais zumbis! Não precisa falar mais nada, né? Aliás, Resident Evil possui uma história simples e pateticamente funcional, que serve perfeitamente para foder com o jogador e justificar os mortos-vivos comedores de miolos. Resumão: Blablabla Umbrella fez merda com o que era pra ser um novo cosmético blablabla raccon city em alerta geral e sitiada blablablabla zumbis por todo lado blablblabla a porra ficou séria. Pra piorar, a Umbrella quer criar armas químicas vivas mais perigosas queesfirra do Habibi's. Ou seja, a donzelice das dilicinhas Jill Valentine e Claire Redfield estará seriamente ameaçada até o final do jogo. E vc vai ser obrigado a chegar de voadora na zumbizada toda.
Pra variar, sempre sobra pros mocinhos, os mercenários do bem (ah vá) da S.T.A.R.S pra meter bala na na cabeça desses funkeiros zumbis. Aliás, prepare-se pra uma sacanagem infernal durante todo o jogo: Se Resident Evil pudesse ser definido numa palavra, essa seria FARTURA: Fartam armas, farta munição, farta ajuda, fartam cheats, fartam baús pra guardar a tralha, fartam fitas de tinta pra gravar o jogo (eles usam mesmo aquelas Olivettes de mil novecentos e Clarice Linspector?), fartam máquinas de escrever em save points…enfim, um jogo pra medir o medinho dos gamers mais cagões e a paciência dos geniosos! Tá certo que Resident Evil é um plágio descarado de Alone in the Dark (pois o primeiro jogo também se passa numa mansão vitoriana, onde os mercenários ficam presos, e eles precisam fugir dos mortos-vivos e fazer quebra-cabeças), mas também foi o primeiro dos grandes crássicos da era dos 32 bits. No caso de muitos gamers (dentre estes este que vos escreve!) o jogo foi um estrondo, mostrando realmente do que o Playstation era capaz. Resident Evil também é o primeiro game maconheiro da história, pois serão as ervas e as suas misturas que te salvarão das diabruras da Umbrella e do cagueta do Albert Wesker, o vilãozinho traidor. Sério que na porta do meu apartamento tem um vazinho de planta IDÊNTICO ao do jogo. E não, não é maconha.
Como sempre, D. Capcom aproveitou pra extorquir os nosso magros bolsos de gamers assalariados. Porém, as sequências de Resident Evil possibilitaram que nós fizéssemos turismo de graça! Confere aí: Se no primeiro estávamos apenas na mansão e os dois seguintes se concentravam na zona que virou Racoon City, em Code Veronica nós viajamos com tudo pago pra América Latina, no 4 fazemos uma aprazível viagem pela Espanha contaminada pelo T-Virus e aqueles aldeões que dizem "Yo voi hacer picadinho de usted!" - eu não consigo parar de rir disso - e no 5 nós vamos à África com a boazuda e suadinha Shiva como guia! Turismo mais barato que esse só em excursão pra Aparecida do Norte comprar os piratões! Aliás, estamos até hoje aguardando por uma sequência de Resident Evil no Brasil, pra fuzilar os zumbis de calça colorida…fora isso, tivemos também o Resident Evil Zero, o aguardado remake pro N64 que foi sem nunca ter sido (só os fortes, só os fortes). Além do spin-off Gun Survivor, um trail shotter ao estilo The House of the Dead que fez muito fã frescurento dar cria de ódio e arrancar os testículos com a unha! Mas hoje a Dona Capcom anda tão gosmenta e cheia de mimimi que, pelo visto, RE será reduzido ao game Mercenaries e terminará no limbo dos jogos abandonados da Capcom. Na real mesmo? Deveriam mesmo fazer isso. O que eles vem fazendo com o RE é uma lástima. Onde está o horror da trilogia original?
Teve filme? Sim, e, a nível de ruindade, tá pau a pau com Forever Alone e a adaptação cinematográfica de Perry Rhodan (sério, pesquise por vídeos dessa adaptação) Os filmes adaptam de maneira “livre” os jogos. Mas até que vale a pena perder uma madrugada de sábado pra vê-los, pois tem a Milla Jovovich machucada, suada, assustada, sujinha, seminua, humilhada e desmemoriada a fugir dos monstrengos podres!

O copião: Dino Crisis (PS1 somente, fora a distribuição via PSN pro negão)

Esse eu adorei mesmo! A Dona Capcom de novo! E com a direção e o roteiro de Shinji Mikami, o mesmo de RE! Basicamente, esse é um Resident Evil com dinossauros! MAS SEM CADILLACS, DESSA VEZ!
Veja o primor de storyline, quase um Tekken da vida: uma equipe de mercenários chamada S.O.R.T desce de para-quedas numa ilha tropical e deserta chamada de Ibis, para resgatar um cientista desaparecido chamado Edward Kirk. Mas ninguém sabe de onde ele é e o porquê de seu chá de sumiço. Na verdade, o doutor está bem vivo e pesquisando uma nova energia sustentável chamada Third Energy, limpa, verde, não-poluidora e que não mata os ursos pandas. Ou seja, a alegria do pessoal que só anda de bicicleta e não usa papel higiênico! Só que essa energia é capaz abrir portais no tempo (OI?) e encheu a ilha de dinossauros vindos da pré-história (OI???). Agora a mocinha Regina e o brutamontes Gail terão que fugir dos dinos e resolver a crise com o maior orçamento para munição jamais visto na historia dos 32 bits. Bom, depois de abusar muito de drogas alucinógenas, como cerveja Belco misturada com Country-Cola de limão e de práticas ilícitas de cheiramento de calcinhas usadas da Bayonetta, é de se entender porque o Mikami foi demitido da Capcom.
Minha opinião honesta? Foda-se o absurdo científico (ou lógico) do roteiro, o jogo é foda. Numa época em que a Capcom só queria saber mesmo de lucrar, lucrar e lucrar, Dino Crisis foi uma tentativa de emular o sucesso de RE, mas agora puxando pra ficção científica. Funcionou, embora de científico tenha ficado só a intensão e o visual ligeiramente hight-tech. No mínimo, a mente insana que criou Bayonetta, God Hand e Vanquish viu um certo jogo com dinosauros e carros americanos e quis copiar trazendo esses elementos pra engine do RE. O pior de tudo é que Dino Crisis foi daqueles games que, junto com Captain Commando, Darkstalkers, 3 Wonders, Megaman e, mais uma vez, o nosso querido Star Gladiators, foi parar no limbo dos jogos que a Capcom não tá nem aí e você pode esquecer de ter uma sequência decente! O pior é que a Regininha ruiva não voltou nem nos Marvel vs Capcom da vida, sinal de que a série foi mesmo enterrada.
E as sequências? Tivemos o bom Dino Crisis 2, um dos primeiros jogos pro PS2, continuação direta do primeiro título que contou com praticamente todo o elenco. Depois foi só cagada: Veio o FPS fraquinho Dino Stalker e o horrendo Dino Crisis 3 pra XBox, que foi uma tentativa de “recriação” da franquia. Depois disso, a série afundou até funduras nunca dantes afundadas e hoje taí, com a Capcom não fazendo nada por ela.
Teve filme? Que nada! Mas bem que poderia sair uma película com sua coleção de amarelices exageradas, com direito a dinos de duas cabeças, colegiais de uniforme de marinheiro, estupros com tentáculos, robôs gigantes, vilões afeminados e piadas que ninguém entende! Com Megan Fox, Kate Hudson, Jennifer Aniston fazendo a guria.

O cult: Parasite Eve (PS1 e PSP)

Adivinha quem é a culpada? Square Enix, na época apenas Squaresoft, quando ela e sua amante fogosa Nintendo estavam dando um tempo pra pensar na relação. E eu não estou zoando não. Espere por um argumento cabeça neste jogo, com um enredo muito culto, com uma vasta cultura e incríveis adendos da mais nobre filosofia moderna. Claro, tudo isso como pretexto pra um jogo que se resume a resolver paradas na porrada e na bala, mas tudo com muito intelecto e razão.
No comando da policial Aya Brea, treinada pessoalmente pelo, você terá que impedir a vilã Eve de manipular as mitocôndrias (eu me lembro de ter lido sobre isso uma vez, e achei que o assunto fazia mesmo sentido no game, mas deu agora uma puta preguiça de pesquisar no Google e adicionar aqui, então faça o favor de abrir uma nova aba ai) dos seres vivos de Nova York e de transformar humanos, cachorros, pombos, ratos, gatos e ornitorrincos de duas cabeças em monstros. Pra variar, ao longo das aventuras de Aya e seus comparsas, surge toda aquela historinha filosófica, aqueles segredos do passado, aquelas revelações acachapantes de novela das oito, aquela carga dramática dos japas que sempre fazem você chorar de tanto rir. eu realmente acho o modo como os japoneses veem o drama uma coisa hilariante. Com a ajuda do policial Daniel, do cientista japa virjão e apreciador de hentais Kunihiko Maeda e do Dr. Klamp, o típico professor cuzão que te deixou de DP na faculdade, você terá que impedir que Eve crie a Nova Mitocôndria (nova? mas eu nem entendi direito como funcionava a velha!) e inunde Nova York de mutantes e imigrantes ilegais da Costa Rica. Piadas racistas, a gente vê por aqui. Se você não sabe o que é mitocôndria, eu só não mando voce voltar pro ORKUT porque, nesse caso, eu teria que ir junto.
Sabia que Parasite Eve foi adaptado dum livro, um romance do escritor japa Hideaki Sena? Segundo a aba aqui do lado aberta no Google, foi. Esse livro que não foi publicado no Brasil, não tem previsão e só se encontra nos torrents e rapidshares da vida em PDF. E não é papo furado não. Mas não é só por isso que Parasite Eve é interessante; Com aquele estilão do Resident Evil e utilizando um sistema de RPG, só que mais voltado à ação, Parasite Eve têm muitos atrativos: Os peitões da Melissa, um storyline intrigante, os peitões da Melissa, personagens carismáticos e realistas, os peitões da Melissa, locações reais de Nova York que só enriquecem o enredo (como o Empire State Building, a ilha de Manhattan, o Central Park, o Carnegie Hall, o MoMa, a Quinta Avenida) e os peitões da Melissa. O jogo tem algumas sacadas geniais, como o lance das mitocôndrias.
E as sequências? A desPEITO das maravilhas mamárias das protagonistas, Parasite Eve teve duas EXCELENTES sequências! Parasite Eve 2 foi um dos bons games no rabicho final do PS1, dando sequência às doideiras da Titia Eve/Melissa em Nova York, com Aya PEITANDO novos monstrengos poderosos. E Parasite Eve: The 3rd Birthday para PSP virou a história de pernas pro ar: após o fim do mundo, numa espécie de Matrix, Aya faz parte dum grupo de resistência contra os mutantes e as mitocôndrias assassinas. Dando mais ênfase à ação, os tiroteios e à porradaria, o game é um excelente retorno para a série.
Infelizmente não teve filme. Num mundo assolado por filmes gamers de quinta como Street Fighter, Super Mario Movie, Double Dragon e eticéteras lastimáveis, Evinha Parasita nunca apareceu pra salvar a pátria. Provavelmente por não acharam uma mulher com peitos tão grandes e que conseguisse pronunciar "mitocôndria".

O medonhão: Silent Hill (PS1, PS2, PS3, GameCube, Nintendo Wii e…ah, chega, esse aí praticamente lançaram até pro fogão da cozinha, pelamodedeus!)

A nossa considerada Konami é a culpada, Hideo Kojima é o diretor da coisa toda.
Quer mesmo saber da história toda? Silent Hill é uma cidadezinha muito pacata e bucólica do interior dos Estados Unidos. Lá, nós temos simpáticos zumbis sorridentes, serenas criancinhas possuídas por demônios, almas penadas acolhedoras, gárgulas sanguinárias de coração aberto e chupacabras carinhosos aguardando sua visita. Pois, por algum motivo esdrúxulo, seja porque você perdeu sua filha, seja porque recebeu uma carta da sua finada esposa, seja porque quer remexer seu passado, seja porque se perdeu de carro na pista, seja porque procura seu irmãozinho perdido, você por algum motivo irá parar em Silent Hill. E, pior, sem cuecas limpas!
Avaliando: a aprazível Colina Silenciosa é um legítimo game de terror, um survival horror que dá medo de verdade! Essa foi a intenção dos programadores medrosos da Konami ao lançarem esse título. É também o survival horror mais influente dessa lista, tendo inspirado outros sucessos nas gerações seguintes como Fatal Frame, Obscure (sério? achei que Obscure fosse influenciado por qualquer filme babaca de universidade americana), F.E.A.R., Fahrenheit/Indigo Prophecy, Dead Space e outros games que vão testar seu esfíncter a extremos nunca dantes navegados. Além disso, Silent Hill é um game superlativo: os títulos oficiais da franquia somam 8 games, os spin-offs e derivados se estendem em CATORZE títulos, além de dois filmes e quatro livros. E as sequências? Vou ter que repetir aquele lista ali encima?
Teve filme sim senhor. E dos bons. Em 2006 lançaram “Terror em Silent Hill”, que é mais uma história paralela com a cidadezinha tranquila como pano de fundo; um terror até que bom, digno de algumas pipocas. Para 2012 está programado um filme em 3D, ou seja, mais uma desgraça prevista pelas profecias maias. Filme em 3D é o meu pau de rayban.

O bizarrão: Chase the Express (exclusivo para PS1, isto é, ninguém mais apostou na bagaça)

Quem que fez a merda? Uma tal de Sugar & Rockets, softhouse com nome de banda indie que nunca fará sucesso. Evidentemente que nesse survival horror onde faltam tanto horrores quanto sobreviventes não haverão foguetes, tampouco, açúcar.
Qualé a do jogo? Terroristas russos sequestram um trem e enchem os vagões de explosivos C4 e até bombas atômicas, mantendo como reféns o embaixador francês, sua família e mais uma meia dúzia de figurantes. Mas coitados dos russos, hein, negada, por que afinal eles sempre são os vilões? Só por que eles são os campeões mundiais em clonar Nintendinhos? Porém, para deter os terroristas, você contará com o agente da OTAN Jack Morton, que vai dar muito pipoco em mercenário desavisado e resolver um mundaréu de quebra-cabeças chatos pra CARALEO. E tudo isso dentro do trem e antes que ele exploda! Lei número 3565461104896, parágrafo 666 do Mundo dos Games: FASES EM TRENS SÃO UM GRANDE PÉ NO SACO COM BOTINA DE DANÇAR CATIRA! Duvida? Manja a fase do trem do Goldeneye 007 do N64, aquela mesmo, em que você chegava ao último vagão que nem peneira e morria nos últimos 3 segundos? E os dois trens do Sunset Riders, na primeira você só caía do cavalo e na outra levava chibatada do El Greco? E o trem fantasma do Final Fantasy VI, aquele que o Sabin conseguia erguer no ar? E em X-Men: Mutant Apocalypse, aquele trem que o Ciclope tinha que destruir só no olho gordo? E as fases finais do Super Mario 3, do avião, do tanque e dos barcos, que funcionavam como uma verdadeira composição? E o trem do Uncharted 2? Agora, some-se a todos esses estrupícios um game que se passa INTEIRO dentro dum trem!
Sequências? Pelo amor de Sephiroth, não!!!! Graças a muitas novenas pra São Snake, Chase the Express ficou só nesse primeiro mesmo. O máximo que recebeu foi uma outra localização nos EUA, com o título de Covert Ops: Nuclear Dawn, que, ops, é o mesmo game e tão ruim quanto.
Ninguém ousou enviar o roteiro pra hollywood. Vai que eles aceitam, já pensou?

Menção Honrosa: Preparem-se, rufem os tambores, o survival horror que milagrosamente sobreviveu às gerações dos 128 bits e chegou até nós…respeitável público…com vocês…

O FODERENGÃO: Demon’s Souls (PS3 e num cemitério pertinho de você)

Em memória dos amigos e compadres Pantuzzi e Weslley, assassinados por uma legião de caveiras vermelhas…pelo menos, até matarem o próximo chefe e recuperarem suas almas no Nexus!
A From Software que fez, uma produtora que ninguém se lembra ou ouviu falar. Distribuído pela Bandai, a distribuidora oficial de prostitutas tailandesas e Power Rangers no mundo todo.
Rola? Era uma vez o alegre Reino de Boletaria. Seu monarca, o Rei Allant XIII, certo dia tem a belíssima ideia de canalizar o poder das almas penadas para adquirir poderes mágicos. Genial, ele. Só que dá uma cagada gigantesca e o rei acaba libertando o terrível demônio conhecido como The One!!!! Daí pro reino ficar infestado de dragões, zumbis, demônios, gárgulas, caveiras mortas-vivas, chupacabras e ornitorrincos de duas cabeças é um peido molhado só. No controle dum guerreiro que morreu e foi parar no Nexus (uma espécie de Além-túmulo, sua base durante todo o game), você terá que recuperar as almas dos demônios-chefões e assim derrotar a ameaça de The One! E acredite: NÃO SERÁ NADA FÁCIL…
Esse eu admito que joguei pouco, mas sei que você terá que atravessar o castelo de Boletaria, as cavernas de lava, a prisão, a montanha das caveiras e o pântano em ruínas tanto vivo (com seu corpo e toda a energia) quanto como fantasma (com apenas metade da barra de life). Toda e qualquer porrada, até do inimigo mais fraco, pode te matar. Seus golpes são limitados pela barra de stamina, quer dizer, esqueça aqui o esmagamento de botões do seu querido God of War. Morrendo, caso você não retorne ao local de sua morte, você perderá todas as almas acumuladas, que são necessárias para se fazer de tudo no game: comprar itens, comprar upgrades, consertar armaduras, evoluir os atributos do seu personagem, assoviar e chupar cana o mesmo tempo…sem contar que, jogando quando está vivo, seu jogo pode ser a QUALQUER MOMENTO invadido por um MORFÉTICO de qualquer parte do mundo para roubar suas almas. CRENDEUSPADRE!
Está programado para o final deste ano o sucessor de Demon’s Souls, com o singelo nome de Dark Souls.
Ainda não teve nenhum malucão fazendo um filme da historia, mas deveria.

E aí, meus caros leitores, sobreviveram ao horrores deste meu post? Sim? Não? Quem morreu levanta a mão, por favor.