sexta-feira, 9 de março de 2012

Dossiê Mortal Kombat - FATALITY!

O Velho Noob está menstruado! (nunca achei que fosse iniciar um post com essa frase) Preparem os absorventes, o O.B., a água oxigenada e os cutelos, porque esse post será mais sangrento do que açougue pós-tiroteio na primeira página do Notícias Populares! É hoje que as forças reacionárias da moral e dos bons costumes e o Ministério Público vão fechar esse humilde blog com a acusação de meter um brutality  corromper a nobre juventude da família brasileira! como se o crack  e TV já não estivesse fazendo isso com muito mais eficiência.
Desde que veio ao mundo, rompendo a placenta e jogando gosmas e vísceras pra tudo que é canto, a série Mortal Kombat sempre caminhou lado a lado com as polêmicas. Uma hora falavam que o jogo era muito violento e agressivo, noutras que exibia muito sangue e tripas expostas. Em outras ocasiões, era acusado de não ter Jesus no coração e incentivava a violência gratuita… pô, meu, já que é pra ter violência, que seja gratuita! Afinal, a grana tá curta, tem muita conta pra pagar e manter uma vida gamer e ter uma namorada está pela hora da morte!
MAS tirei um tempo dessa minha vida atribulada de proletário autônomo para escrever, reunir informações e, principalmente, puxar pela memória os grandes feitos e a épica história desse que é o único jogo de luta realmente feito para machos, e antes que você me venha defender alguma softhouse nipônica eu sugiro que tire a mão desse mouse e aprecie a leitura. Que vai ser longa. Se não gostar de ler, cai fora daqui imediatamente. É sério. Se você é uma pessoa que não gosta de leitura temos sites mais adequados a seu perfil. Então, como sou um cara bacana e molecote pimpão de comercial de margarina, se você não gosta de ler e quer uma colher de chá, é só clicar AQUI que eu te redireciono para um lugarzinho que voce vai adorar. É a sua cara.
Voltando: entre uma mutilação genital e outra, MK vem desde 1993 como uma das franquias dos games de porradaria mais querida entre os gamers do polegar ensanguentado. Além disso, é uma das poucas séries 100% concebidas e produzidas no Ocidente, o que significa que
não tem nada daquelas bichices baratas e combos infinitos. Por isso, no post de hoje, com muito ketchup e groselha sabor carne, o VELHO NOOB, esse compêndio de saber e carisma, orgulhosamente apresenta o dossiê da primeira trilogia do Mortal Kombat, os 3 primeiros títulos, naquele tempo em que toda rodoviária tinha o seu fliperama, que o SNES reinava absoluto, que dava pra comprar um Master System no Natal em 30x sem juros e chamar o gordinho da sala de BARRIL do DONKEY KONG ainda não era bullying.
Entre o final de 1992 e o começo de 1993, Street Fighter e suas mil versões variantes reinava absoluto. Era hadouken daqui, tréki-tréki-turuken dali, tiger robocop acolá, gilete do Guile cortando tudo e aquela porradaria boa praça, limpinha, sem sangue, na qual só faltava os brigões se cumprimentarem e perguntarem como ia a família antes de apertar a faixa do kimono. E a dona Capcom rindo à toa e feliz como se tivesse ganhado prêmio da Tele-Sena, lançando toda semana um Street Fighter Champion Edition, Street Fighter Turbo, Street Fighter Loser Edition, Street Fighter de Rodoviária, Street Fighter piratão nojento de trinta personagens pro Nintendinho, Street Fighter e o Castelo de Grayskull, Backyardigans Vs Street Fighter, etc, etc …
Mas eis que a Midway, softhouse que era mais lado b que Rogério Skylab, apavorou geral com uma idéia absurda e anunciou o arcade que prometia ser o mais menstruado violento de todos os tempos, de arrepiar os cabelos da Vovó Mafalda um por um. Um fliperama que cada murro arrancaria baldes e mais baldes de hemoglobina, com lutadores invocados e apelões, e, mais legal ainda, montados através da captura de movimentos reais de atores! Se não bastasse Pit Fighter, ainda queriam insistir nessa caganeira! MAS NUM É QUE DEU CERTO?
E, em março de 1993, veio ao mundo a primeira edição de Mortal Kombat! Do vídeo abaixo dá pra ter uma ideia da polêmica que o jogo ia causar! Pela primeira vez em arcades tínhamos um game digno de um Aqui Agora narrado pelo Gil Gomes:

Desnecessário dizer que Mortal Kombat era coisa do capeta! Sem aquela pasmaceira de lutadores vindos do mundo todo do Street Fighter e do World Heroes, MK apresentava uma lista de brigões sangue-no-zóio, cujo mais bonzinho matou a mãe por causa da mistura em pleno dia de Natal, interpretados por atores CONHECIDÍSSIMOS e FAMOSÍSSIMOS com o carisma da Vanusa tirando bicho-de-pé do dedão. Vamos a eles (e não vou me dar ao trabaldsfsdfsdho de botar fotinha de cada um não. Se você não sabe quem são eles, volta pro seu planeta):
Johnny Cage: Astro canastrão de Hollywood e clone do Steve Seagal nos filmes de pancadaria. Na verdade, é uma celebridade de terceiro escalão que não consegue arrumar papel nem de figurante no Você Decide. Tem vários golpes consagrados no mundo gamer, como o famoso spacatto com patolada nas parte. Isso é muita filhadaputice, e filhadaputice é o que nós gamers de 14 anos da época queríamos ver na tela, não um bando de mocinhas dançando balé de kimono. Seu fatality é um foderoso gancho que arranca a cabeça do freguês com um murro só (a física e as noções de anatomia nunca foram o forte de MK, como veremos em detalhes adiante). Johnny Cage sempre bota os óculos escuros de camelô após dar um flawless victory, e a pergunta que não quer calar é: como, no meio das cacetadas, aqueles óculos saem sem nenhum arranhão? Os MEUS óculos de camelô quebram só de ficar expostos ao sol. 
Kano: Assassino ciborgue das ruas, notório ladrão de galinha vestido de feirante (só faltando a caneta atrás da orelha!) e representante das classes baixas no MK. Seu nome vem sendo confundido em todos os fliperamas do mundo com o de um tipo de utensílio utilizado em redes de esgoto. Como fatality, tem um murrão que enterra a mão no peito de adversário e sai com o coração junto. Kano é até hoje considerado o maior quebrador de cabaços conquistador de mocinhas de família da série MK, pois *alerta de piada sem graça* ele arranca os corações das minas! PS: Vai ter algum chato dizendo que ele não é ciborg, tem apenas um olho mecânico com algumas aplicativos do facebook propriedades tecnológicas matadoras. Qualquer reclamação favor se encaminhar à caixa de comentários mais próxima.
Sonya Blade: Agente policial de uma das polícias mais criativas do mundo a nível de uniforme (afinal, qual polícia a gente vê que contrata só mulheres boazudas de beleza exótica e as veste com maiôs?), Ela vive numa eterna TPM. Que no caso dela, assim como minha namorada, significa "Treinada Para Matar". E a moça dá um beijo tão ardente em seu golpe mortal que dá até vontade de tirar a roupa…Realmente, Sonya sabe como deixar um homem aos seus pés, essa mulé fogosa quando cata um deixa só o osso! E eu prometo de hoje em diante nunca mais fazer piada de trocadilho ou duplo sentido. Amém.
Sub-Zero: Garoto-propaganda da nova cerveja da Antarctica, um ninja que vai dar uma bela dor de cabeça em você! Especialista em magias de gelo, solta um Pó de Diamante de dar inveja no Hyoga de Cisne e no Maradona! O preferido da rapaziada apelona e, pra muitos, até hoje o herói do Mortal Kombat. É de longe meu personagem preferido. Também versado na arte de arrancar cabeças, Sub-Zero não se contenta e leva junto a espinha dorsal do sujeito em seu fatality. E quando isso acontece no arcade original, cai tanto sangue, mas taaaanto sangue, que o hemominas jamais precisaria fazer campanha de doação nos intervalos do Mais Você.
Scorpion: Artrópode invertebrado da família dos aracnídeos, cujo veneno se encontra no rabo. Ou seja, sua maior arma é usar a BUNDA! Um clone do Sub-Zero com a roupa ninja amarela (na verdade, é o mesmo boneco com a palheta de cores alterada! O que a baixa memória RAM e um processador mais fraco que motor de Fiat 147 não faz, hein?) Mas ele é do mal, tem poderes demoníacos e Papai do Céu não gosta nem um pouco dele! Quem não se lembra do seu desleal golpe do gancho, que puxa o inimigo (COME OVER HERE!) ou da sua teleportação cagada de dar inveja no Dhalsim? Ou do fatality em que ele tira a máscara, mostra o focinho de caveira e cospe fogo no meliante? Rolava altas lendas de que ele e o ninja azul, doravante denominado Sub-Zero, eram irmãos. E isso é uma mentira das mais mentirosas já mentidas na face da terra. Eles eram meio que amigos e rivais, facções diferentes, destinos diferentes, cores diferentes, elementos diferentes. Só o estilista que do uniforme era igual mesmo.
Raiden: Monge oriental com chapéu de bambu que é ligado nos 220 volts! Fala sério, o homem dá mais choque do que alça de geladeira velha. Todos os golpes de Raiden são baseados em raios, relâmpagos e eletricidade, por isso espere apelações por parte desse eletricista da Cemig que não usa botinas de borracha. Evidentemente que no seu fatality ele torra o cara na tomada até explodir os ossos do coitado. Mas, de resto, Raiden é um lutador mediano. Porém, a sua importância na papagaiada do game história do jogo é complexa, uma narrativa tão envolvente e uma mitologia tão emocionante capazes de fazer os roteiristas do Tekken dormirem de tédio e ainda mijarem na cama. Sério, vocês precisam muito ver a história em detalhes, e eu não estou interessado em contar aqui senão o post fica do tamanho da bunda da Andressa Soares. Se quiser conhecer essa história em detalhes sórdidos e chatos, clica aqui , ó.
Liu Kang: O coadjuvante sem carisma! Praticamente o elenco de apoio de um ator só do primeiro game! Um lutador de kung-fu sem camisa que mais parece genérico do Jackie Chan. Terrivelmente criticado no primeiro jogo, o figura acabou sendo o herói dos outros Mortal Kombat, o protagonista e até o mocinho da trama. Também, com aquele projeto de fatality no primeiro game, era a compensação que ele merecia. Mais apagado que o sargento Pincel dos Trapalhões, Liu Kang dá uma estrelinha, mete um uppercut no adversário e depois fica rindo pra tela. Isso até o Max Steel faz.

DETALHES CURIOSOS: Todos esses brigões foram digitalizados a partir de atores reais, os golpes todos foram concebidos a partir de suas presepadas. O que no começo parecia bizarro, ao contrário de Pit Fighter, Guardians of the Hood e Way of te Warrior, funcionou bem, dando um carisma único ao game. Já os golpes eram bem variados, indo desde as porradas mais reais até o festival de tiger robocops e helicópteros chun-lianos consagrados pelos Brigadores de Rua. Todos os lutadores têm um repertório comum de golpes, com comandos iguais para todos (como as rasteiras, a sequencia de socos na cara, os agarrões, o apelão uppercut, marca registrada da série, etc), além dos golpes característicos de cada um (quem não se lembra do soco no saco do Johnny Cage, do ataque-míssil do Raiden, a bolinha do Kano, o hadouken magrelo de fogo do Liu Kang).
E temos os FATALITIES! A fina flor do estupramento gamer, sutil poesia de sangue virtual jorrando aos cântaros nas nossas telinhas de 22 polegadas. Que ensinou desde cedo nossas crianças a resolver os problemas arrancando a cabeça do amiguinho. Responsáveis pela matança desenfreada de ursos pandas e palestinos, os fatalities davam o charme pra série e provavam que Street Fighter era coisa de bundão. Era joguinho pra jogar com os priminhos na frente dos titios no domingo. Pra quê choriúken de fogo se a gente podia pulverizar o inimigo com o bafo de cachaça do Scorpion ou arrancar o coração do cidadão honesto com o mano Kano?
O fatality só poderia ser desferido no final da luta, quando, depois de tirar a energia do oponente, aparecia o letreiro FINISH HIM! (ou Finish Her no caso das mulheres, que na primeira edição era apenas a diliça da Sonya). Os comandos tinham que ser feitos bem rápido e, quando a tela escurecia e tocava uma musiquinha sinistra, aí era só alegria. Além dos fatalities comuns, havia o stage fatality da fase da ponte (The Pit), na qual você derrubava o cabocro num monte de lanças e pregos com um gancho de dar inveja ao Maguila.
Os comandos eram simples: Cinco botões, dois de soco e de chute e mais a defesa, sem aquela palhaçada de segurar o direcional pra trás. Aprende, Fatal Fury! O desafio era dos mais legais, apesar da repetição: Selecionando um dos sete porradeiros, aparecia uma tábua vertical com a sequência de lutas (elemento característico da série, que se repetira até no PS3). Primeiro você enfrentava um a um dos brigões, depois passava pras lutas em duplas (vencer dois negos com uma barra de energia só…SANTA APELAÇÃO, BÁTIMA! Isso é pra zoar aquele folgado do fliperama que se gabava de dar perfect no Sagat!) e enfim chegava nos CHEFES! Sim, em MK os chefes eram apelões mesmo, duas cascas de ferida, sem truquezinho ou champion edition barato pra jogar com eles!

(vocês perceberam que eu não sou o maior fã de Street Fighter do mundo, né?)
Primeiro vinha o Goro, um ogro de quatro braços com cara de tiazona véia e solteirona, e depois o macumbeiro de catimbó Shang Tsung, que se transformava em todos os outros lutadores e ainda te bombardeava com poderzinhos de caveira! É como lutar com todos os anteriores, DE NOVO!
Mortal Kombat é um jogo bem simples, se for ver. Os cenários, apesar de bem feijão com arroz e repetitivos (dá pra decorar a sequência: Tem as masmorras do Goro’s Lair, a arena do Shang Tsung, a sala do trono, a sala das estátuas dos lutadores, a ponte, o jardim oriental) são bem-feitos, apesar de não terem nenhuma parafernália exagerada de jogo de luta do Neo Geo. Eu também acho King Of Fighters um jogo muito viado e cheio de ralação desnecessária Nos golpes, não tem nada daquela frescura de diagonais, de segurar botão, de fazer aquela sequência de dar nó no dedo, de acumular barra de especial e soltar o poder quando a energia tá vermelha. No mais, até personagem secreto tem: Dá pra enfrentar o ninja Reptile (o Sub-Zero com roupa verde) no fundo da ponte fazendo umas traquitanas lá. Você precisa sacrificar um novilho no solstício de inverno com a cabeça pintada de azul, cantando o hino do flamengo e dançando adorcica. Alguma coisa assim, faz anos que joguei e não vou sair no google procurando cheat code de MK.
Por essas e outras cagadas e gambiarras é que Mortal Kombat conquistou o pessoal dos fliperamas! Lançado para todos os videogames de sua geração e censuras à parte, esse game de ciclo menstrual irregular e de fluxo descontrolado mereceu uma sequência à altura.

Mortal Kombat 2: Agora com After Effects!

Dez meses depois do arcade e um pelote de adaptações fajutas pro Nintendinho, em novembro de 1993, o matadouro e terror dos conselheiros de classe veio fazer novas vítimas! A Midway e sua amante fogosa Acclaim anunciaram o incrível Mortal Kombat 2, continuação do game mais violento e satânico de todos os tempos, responsável pela destruição da civilização judaico-cristão ocidental e fenomenológica! Mais medonho que isso só o governo do Sarney & Family que assola o Maranhão! As primeiras imagens já apavoraram a família brasileira: O secreto Reptile e o chefão Shang Tsung entre os personagens jogáveis, além do retorno dos nosso já conhecidos, com fatalities ainda mais apelões! Era lindo! Eu vibrei quando essa fita piratona chegou no meu console! Reuni a galera (calcule ai um 6 pirralhos na sala da minha casa, pés sujos e caras suadas, bola debaixo do braço, se revezando na frente daquele Super Nintendo, esperando minha mãe fazer um caminhão pipa de ki-suco) Em abril de 1994 saiu enfim a bagaça, fazendo jus às expectativas. Agora são doze sanguinários para se escolher: cinco do jogo original (Johnny Cage, Raiden, Sub-Zero, Scorpion e Liu Kang, agora alçado à categoria de protagonista), dois não selecionáveis de MK1 (Shang Tsung e Reptile) e mais cinco totalmente novos (o monge chapeludo Kung Lao, o monstro bizarro Baraka, as dilicinhas mascaradas Mileena e Kitana e mais o briguento Jax). E cada personagem tem, além dos golpes normais, combos e golpes especiais e também uns dois ou três FATALITIES POR PERSONAGEM! Carnificina pouca é bobagem, a comida do porco é lavage e o carro da puta é Voyage! Eita, e não é que a velha Midway se superou? Do jogo original só sumiram Sonya e Kano, que aparecem acorrentados na arena do Shao Kahn. Mas por quê, hein? Mais uma frescura, um mistério da embromação mitológica da série. Quem se deu ao trabalho de ler o artigo que linkei ali encima do Wikipedia sacou o quão profundo é esse fosso de enrolation.
Os chefões também mudaram e ficaram mais apelões do que no game anterior (agora não tem mais as batalhas em dupla e a tábua de batalhas foi substituída por uma montanha pontiaguda, com Shao Kahn no topo): Primeiro o Kintaro, um cruzamento de Goro com tigres assassinos de listras quadriculadas do sul do Sri-Lanka depois de comer muito feijão com abobrinha, e por fim o imperador Shao Kahn (imperador? hahahahaha), que mais parece uma versão escrota do Destruidor (você saaabe do que estou falando. Não se faça de novinho, você lembra das tartarugas ninjas)!
Os cenários mudaram radicalmente da água pra Caninha 51: O jogo todo se passa num mundo paralelo chamado Outworld, a dimensão de Shao Kahn, muito mais kabuloso do que a ilhazinha particular do Shang Tsung. A ponte do primeiro jogo voltou mais invocada, e agora temos florestas com árvores monstruosas, portais dimensionais, calabouços inundados de piscinas de ácido (eita!), palácios voadores e toda a sorte de cenários foderengos! O stage fatality da ponte mudou e ficou mais violento (agora o inimigo é estripado de frente!) e a piscina de ácido ganhou um singelo golpe fatal com direito a cadáver cozido em ácido sulfúrico!
Aliás, os fatalities são um caso à parte: Exagerados até perder de vista (com Liu Kang virando dragão, Reptile arrancando a cabeça do meliante com a linguona de sapo, Mileena boqueteira chupeteira sugando o cara e cuspindo os ossos, o beijo da Kitana que faz o inimigo gozar até dizer chega inchar até explodir), agora temos também os golpes fatais conhecidos como Friedships e Babalities! No primeiro, o lutador não mata o oponente, mas faz uma série de macacaquices sem graça (Johnny Kage autografa a foto, Kung Lau tira um coelho do chapéu, Liu Kang faz malabarismo, Scorpion faz propaganda do bonequinho), dignas de uma participação retardada no Zorra Total . Só faltou Kitana dizendo "ai, como eu sou bandida".  E o babality transforma o oponente num bebezinho chorão e cagão que nem umas cintadas da Supernanny cortam a birra! Coisa de retardado mental, na minha modesta opinião de gamer veterano.
Fala sério: MK2 é, além de muito melhor do que o primeiro, cheio de easter eggs bem legaizinhos! Além dum cenário secreto (a Goro’s Lair), tem três lutadores secretos que ficam dando sopa no fundo dos cenários (Smoke, Noob Saibot e Jade, cópias do Sub-Zero, Scorpion e Kitana com cores diferentes) e até truque pra habilitar o jogo do PONG e alguns games de navinha escondidos! Mais extras e opcionais do que Fuscão tunado com motor de Chevette!
Oscilando entre o pastelão e a fantasia épica, Mortal Kombat 2 fez sucesso por ser exatamente um jogo que surpreendia todo mundo. De longe, foi o MK melhor adaptado para os consoles domésticos (sem grande limitações e com muito SANGUE! Até o SNES da dona beata Nintendo ficou sangrento pra caralho!) e a versão que começou com o lance dos segredos. Os segredos são coisa master hoje nos Mortais mais moderninhos.
Pra variar, a Midway estava rindo à toa e já começaram os rumores sobre o terceiro Mortal Kombat. Depois do piratão de responsa Mortal Kombat 2/5 pra Super NES (sim, um crássico das locadoras, dava até pra jogar com o Shao Kahn!) e de muito falatório besta, em fevereiro de 95 apareceram as primeiras imagens. E, em junho, eis que cabeças começaram a rolar nos fliperamas desse Brasil varonil!

Mortal Kombat 3: TEM QUE DAR FATALITY SEM RIR!

As primeiras imagens já deixavam claro: Lutadores com digitalização mais realista, cenários mais sombrios, personagens mais agressivos, mais segredos e golpes especiais, menos pastelão e mais terror. Sai fora aquela besteira de friedship e entra muito mais horror and gore. Saía de cena Chaves & Chapolin e entrava o Cine Trash com Zé do Caixão. Sai o ... ah, você entendeu.
Agora são 19 açougueiros, somando os selecionáveis, os secretos e os chefões. De MK2 voltam apenas Liu Kang, Kung Lao, Sub-Zero (com uniforme novo e sem máscara, com direito a cara de mau e cicatriz invocada!), Jax (com braços mecânicos de prótese e Shang Tsung com cara de moleque e rabo de cavalo de metaleiro. Cumé que o véio rejuvenesceu ao longo dos jogos! O que será que ele toma? Cogumelo do Sol? Xarope Melagrião? Caracu com ovo caipira? De MK 1 reaparecem Sonya Blade e Kano, agora sem a roupa de feirante! Do MK2 rodam Mileena, Kitana, Baraka, Johnny Cage e Scorpion, sem motivo aparente.
Agora os novos briguentos em tudo combinaram com o tom mais sombrio e violento do game: temos o guerrilheiro com máscara de gás Kabal, o índio pajé catimbozeiro e matador de garimpeiros semi-escravizados Nightwolf, os ninjas robóticos Cyrax e Sektor (cópias do Sub-Zero e do Scorpion com entradas USB, chip 3G e hd de 1 Tera, em 10x sem juros nas Casas Bahia), Sheeva, a prima safadona do Goro (não vou explicar o porque disso. Vá assistir um pouco de youtube, vai), a coroa fogosa e cavalona Sindel e o meganha Curtis Stryker, ganhador máximo das estrelinhas de bom aluno nos cursos do BOPE e da ROTA.Os secretos são o Smoke também ciborgue (soltando fumaça, ou seja, com o fusível queimado!) e Noob Saibot. Os chefões são o centauro Motaro, apelão até o último fio de crina, capaz de fazer o Goro parecer a Princesa Toadstool, e o Shao Kahn véio de guerra mais desmunhecado apelão do que nunca.
Agora o game está mais sério, ou seja, o tom de chanchada de fantasia do game anterior foi pra privada do Netherrealm. Segundo a história da bagaça, agora Shao Kahn resolveu virar macho e invadir a terra com seus asseclas e monstrengos, tocando o maior puteiro e fazendo aquela coisa linda que é toda invasão: Bancos invadidos, supermercados saqueados, virgens estupradas sem vaselina, esquadrões da morte pela rua, tiroteio e chacinas todo dia com os gambé, subindo o morro pra deixar corpo no chão… mas cadê a novidade? Os fatalities continuam apelões e bem mais violentos (vide Stryker torrando o cara com seu taser e Shang Tsung triturando o freguês como se ralasse queijo!), mas agora acabaram os friendships e babalities! Em compensação, os lutadores ganharam o botão Run e uma barra de stamina, para se aplicar combos e sequências de golpes que dariam vergonha no Killer Instinct!
Os cenários agora são urbanos: Temo interior dum banco, a estação do metrô, o cemitério, a rodovia, uma catedral macabra…e vários deles têm dois andares, que você pode acessar jogando seu amiguinho para cima com um gancho. As mudanças em relação ao antecessor foram kabulosas: os comandos tradicionais dos golpes e dos fatalities mudaram radicalmente pra sequências mais difíceis, o computador é bem mais apelão, a defesa não segura mais tanto dano…pelo visto, a Midway criou vergonha na cara, fez crescer pelo no saco e virou adulta, dona do próprio nariz e autorizada a comprar revista de mulé pelada na banca!
Mas, como tudo que é bom pode ser estragado melhorado, em 1996, após cagar mole e  lançar adaptações de MK3 para todos os consoles domésticos (é sério! Até o 32X teve a dele! MEDO…), baixou o santo mercenário dinheirista da Capcom na mizifia Midway e vieram dois upgrades FODEROSOS de MK3; para as plataformas de 16 bits (leia-se: videogame de pobre pirateiro e frequentador assíduo do Velho Noob!) veio o Ultimate Mortal Kombat 3. Um MK3 vitaminado, cheio de lutadores antigos e novos (Kitana, Scorpion, Kameleon, Ermac, Rain, Reptile) e com apelações zoadas pra tirar a aura sombria do MK3 (tipo a volta dos babalities e friendships, além do animality, golpe fatal que transformava seu lutador num bicho pra trucidar o freguês!), dentre outras apelações. Para os 32 bits (leia-se: Videogame de bacana, tirando o 3DO, é claro, que servia só pra reportagem furada na Ação Games) tinha o Mortal Kombat Trilogy, um “slugfest” no estilo do King of Fighters ’98, com todos os personagens dos jogos anteriores, todos os cenários e apelações como o infame Brutality, um combo que explodia o freguês e lançava sangue, linfa, ossos, nervos e tutano pela tela toda! Tá pensando o quê, aqui não tem combinho cheio de firula com barra de especial não, cumpádi!


DEPOIS DE DAR TODO O MEU SANGUE NESSA MATERIA, eu concluo que Mortal Kombat pode ser considerado como a gambiarra que deu certo! A Casa dos Artistas do mundo dos games! O Jaspion dos jogos de luta! A eterna pedra no sapato do Street Fighter! Um alívio para todos os gamers porradeiros que têm amor aos seus polegares e que não suporta mais apanhar dos japas viciados em games da SNK! Uma ofensa à moral e aos bons costumes da família brasileira acostumada a assistir ao Aqui Agora ao som de Zezé di Camargo & Luciano e a achar o Datena o maior intelectual brasileiro desde o Jacinto Figueira!
E o mais legal é que cada título do MK tem o seu charme que o diferencia dos outros: Enquanto que o primeiro parece o rascunhão dum filme trash de Kung-Fu, o segundo é uma fantasia ao estilo chanchada (com efeitos especiais de seriado japa) e o terceiro é uma ficção científica apocalíptica com cenários de papelão pra ser exibida no Corujão e curtida com muita ressaca! Melhor que isso, impossível.
Mortal Kombat é também uma das primeiras franquias bem-sucedidas de games 100% ocidentais! Isso mesmo, ninguém toma chá, come sushi, bebe saquê, torce pelo Kashima Antlers e paga pau pra Titio Kojima no escrete de Ed Boon e John Tobias! É uma conquista dos games e, em se considerando que a série está viva desde a década de 90, a despeito das cagadas e falências de produtoras, já é um mérito.
Por isso, caro leitor, aproveite para saborear um bom coxão mole mal-passado, e leitora, reabasteça o estoque de absorventes, porque em Mortal Kombat tem mais sangue do que hemocentro do SUS!

Curiosidades Hemoglobíninas Curiosas:

- Os arcades de Mortal Kombar foram adaptados para praticamente todas as plataformas domésticas, até pros portáteis! Aprende, Dona Capcom macioteira! Tirando os piratões do Nintendinho, tivemos as versões de MK1 para Mega Drive, Super NES e até uma cult pro Master System (jogo restrito praticamente ao Brasil!). O MK2 ganhou versões pros 16 bits da Nintendo e da Sega, pra PC (coisa rara!) e até pro Sega 32X!
- Ultimate Mortal Kombat 3 é, até então, o mais adaptado de todos. Restrito aos consoles domésticos, ele tem também versões para PC, Macintosh, Game Boy Advance, Nintendo DS, Nokia N-Gage, iPhone, iPad, Samsung Galaxy e, ufa, pra qualquer traquitana que rode games!
- Censura: as adaptações do primeiro MK sofreram na mãos dos censores quando de seu lançamento para SNES e Mega. No Super NES, nada de sangue: fatalities não tinham tripas e os uppercuts no máximo soltavam umas faisquinhas brancas. No Mega Drive, a sanguinolência tinha que ser habilitada por códigos. No Super Nintendo havia a opção de usar Game Genie para mudar as cores, mas daí o jogo travava mais do que Street Fighter de rodoviária. Já no Master System foi a falta de capacidade do processador, que é chato, feio, bobo, tonto e quadrado! Porém, a partir de MK2, acabou essa hipocrisia e o pau comeu solto sem camisinha!
- Mortal Kombat é célebre também por causa de seus bugs e glitches, cortesia da turma de programadores preguiçosos! Tinha Goro prateado, fatality que não arrancava partes do corpo, lutador preso em canto de cenário…um primor de vagabundagem!
- O SNES tem um raro MK pirata que era melhor do que muita versão original: Mortal Kombat 2/5! Com direito a todos os chefes e personagens secretos habilitados e vídeo de demo do Killer Instinct!
- Além dos games, MK deu origem a um desenho animado para vídeo (que servia como prólogo ao filme), dois filmes pra cinema (Mortal Kombat e Mortal Kombat Anihilation), um seriado (Mortal Kombat- A Aniquilação, transmitido em algum lugar dos loucos anos 90 pelo Warner Channel) e uma série feita por fãs apenas para a Internet (Mortal Kombat Legacy).

E o Street Fighter, o que tem? Dois desenhos animados (um anime melodramático e um cartoon estilo G.I.Joe, ARGH!), um “filmaço” com o Van Damme (hahahahahahahaha), um show com atores no Japão (CRUIZCREDOJISUISCRISTIM!) e uma sequência impagável no filme City Hunter, com Jackie Chan! E KOF? Um filme japonês tosco que faz o Ultraman ser um filme oscarizado assinado pelo Steven Spielberg! E o Tekken? Bem, Tekken, como sempre, tem só a empresa dos Mishima mais falida do que o Baú da Felicidade!


É isso aí, macacada querida! Arranquem braços, pernas, corações espinhas, fígados e úteros de seus coleguinhas, que Papai do Céu gosta e que é na violência que se resolve tudo! E, se o Shao Kahn não criar vergonha na cara e não tirar aquela fantasia da ala das baianas, vai levar PORRADA! Com muita groselha Milani pra cabeça!





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